O HOMEM NO CAMINHO DA DOMINAÇÃO
I) Introdução
O homem no caminho da dominação da Natureza e das demais
espécies animais do planeta passa por sua evolução do Hominídeo para o Homo
sapiens e essa transformação evolutiva envolve com principal fator
impulsionador a causador o Trabalho. (ROCHA, 2015)
- TRABALHO: foi pelo trabalho, dessa forma, que os hominídeos,
ancestrais dos humanos, se transformaram ao longo de milhões de anos e puderam
produzir a humanidade tal como a conhecemos em nossos dias. (ROCHA, 2015)
OBS. HOMINÍDEO:
- adjetivo relativo ou pertencente aos hominídeos.
- nome masculino: a) espécie dos hominídeos; b) o homem em sua fase
de lenta evolução física e intelectual, desde o estágio primitivo até o estágio
atual.
II)
Das tarefas evolutivas que levaram ao Homo Sapiens
1) A liberação das mãos:
a primeira tarefa evolutiva humana foi a liberação das mãos, que consistiu em
livrar os membros superiores e as mãos, provavelmente, de suas funções
animalescas de auxílio à locomoção, tanto no chão como pelas árvores. Livres,
as mãos, desenvolveram-se para proporcionar firmeza e habilidade para outras
coisas além da locomoção. Na medida em que a aptidão para andar de forma ereta
se desenvolveu, mais e mais as mãos puderam especializar-se em outros
trabalhos, como a manipulação planejada de objetos que pudessem ser úteis para
atividades posteriores. O esforço para desenvolver
habilidades de manipulação das mãos provocou desenvolvimento de áreas do
cérebro que nossos ancestrais hominídeos não tiveram e ou não tem por completo,
como os chimpanzés. (ROCHA, 2015).
2) A produção da linguagem:
com relação a evolução, a linguagem exige para o homem dois grandes obstáculos,
de um lado, um aparelho vocal apropriado, de outro lado, a produção abstrata de
símbolos. O homem não é o único animal que se comunica com os de sua espécie,
mas é o único que faz através de um conjunto de signos elaborados abstratamente
na ânsia de traduzir o meio que o rodeia, a natureza e a relação com seus
semelhantes. E é o único que ente a necessidade de registrar as experiências de
sua vida, o que entendemos por Cultura. Em todas essas
situações, e para que elas sejam possíveis, é necessário trabalho e
desenvolvimento cerebral. A Cultura é, como se viu, um conjunto de valores
significativos introduzidos na coletividade e a partir da necessidade humana de
interpretar a sua relação com a natureza e com os outros homens.
(ROCHA, 2015)
OBS. Para que o cérebro pudesse se
desenvolver e possibilitasse a manifestação de todas essas habilidades e
capacidades, foi necessário ser nutrido de alimentos e certos nutrientes em
quantidades e valores adequados. Dessa forma, para a eclosão da humanidade, milhões de anos
atrás, a par ou não da escassez de grãos, vegetais e frutos coletados, o
desenvolvimento dos hominídeos foi através da dieta carnívora.
(ROCHA, 2015)
OBSII. A introdução da carne na dieta
humana não surpreende a não ser pelo fato do surgimento do canibalismo que é
documentado e constatado em vários momentos históricos da humanidade como
prática cultural de certos povos primevos que se prolongou até o século XIX na
Nova Guiné pelos “Fore” que, só abandonaram a prática na década de 1960, não
por ter se tornado ilegal, mas por ter desencadeado uma doença relacionada com
o endocanibalismo (canibalismo entre os indivíduos da mesma tribo) que
provocava uma alteração no DNA que levava a morte dos membros da tribo.
(ROCHA, 2015)
3) O desenvolvimento de práticas antropofágicas
-
Antropofagia: como já vimos em aulas anteriores, é a prática de se comer carne
humana ou partes do corpo do inimigo ou do guerreiro derrotado, acreditando,
por vezes, na transferência de seus poderes para as pessoas que se alimentam
com sua carne. (ROCHA, 2015)
O desenvolvimento do cérebro humano e a
possibilidade de desenvolver uma cultura como Homo erectus é, nesse sentido,
considerada a terceira tarefa humana em que nossos ancestrais tiveram de ser
bem sucedidos. Dessa forma, as práticas antropofágicas encontradas amiúde entre
as sociedades primitivas em vários continentes não são apenas manifestações
culturais de caráter místico, mas práticas inventivas que proveem os homens de
nutrientes necessários ao seu desenvolvimento e sobrevivência. (ROCHA, 2015)
4) Dominação da natureza
A dominação da natureza está relacionada,
como é óbvio, ao trabalho humano, que começa pela elaboração de simples
instrumentos e é considerada a quarta tarefa do desenvolvimento humano.
Os primeiros instrumentos fabricados pelo
homem estão ligados à caça e à pesca e a partir daí não parou mais de fabricar.
Diferentemente dos demais animais e seres vivos, o homem não apenas se serve
dos meios naturais colocados à sua disposição, mas pode, em vez de se adaptar a
natureza, adaptá-la a ele. (ROCHA, 2015)
À caça e à pesca veio se juntar à
agricultura, e mais tarde a fiação e tecelagem, a elaboração de metais, a
olaria e a navegação. Ao lado do comércio e dos ofícios apareceram, finalmente,
as artes e as ciências; das tribos saíram as nações e os Estados. Apareceram o
Direito e a Política, e com eles o reflexo fantástico das
coisas no cérebro do homem: a religião. Lentamente o homem cria a
civilização.
OBSI. A religião, no sentido moderno de
seitas e Igrejas, JAMAIS, foi concebida como necessária pelos povos indígenas;
o místico e a religiosidade das sociedades primárias devem-se à natural
incompreensão das forças da natureza e das motivações da existência humana e
sua relação fantástica com essas forças naturais. (ROCHA,
2015)
IMPORTANTE: podemos deduzir que o conhecimento potencializa
enormemente a dominação e a exploração da natureza pelo homem e do homem pelo
próprio homem: quando conhece não respeita a natureza, domina-a; quando conhece
não doa mais, negocia, troca, vende; quando conhece passa da exploração e
dominação da natureza para a exploração do seu semelhante; do natural ao
industrial, do mito à religião, da tolerância ao interesse; da regra ao poder,
da repartição à propriedade e desta à propriedade privada. (ROCHA, 2015)
OBSII. Nas sociedade primitivas
desenvolveram-se, para evitar isso, uma série de mecanismos socioculturais,
entre eles a universalidade da Proibição do Incesto; em qualquer forma em que ela se apresente, é a preventiva
criatividade cultural humana de criar a necessária Reciprocidade. (ROCHA, 2015). Neste mesmo sentido, para Lévi-Strauss a proibição do incesto é universalmente imposta a fim de estabelecer a "troca de mulheres entre homens" - condição indispensável à instituição do matrimônio, da família, do parentesco e da própria vida social (LÉVI-STRAUSS, 1976).
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